Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
E L U C I D
Quando E L U C I D apanhou na sua frequência as músicas “March Of The Pigs” dos Nine Inch Nails e “Rated X” de Miles Davis, REVELATOR nasceu. Mais conhecido por ser parte da dupla Armand Hammer, o rapper e produtor desbloqueou barulhentas visões do mundo que o rodeia no seu mais recente disco a solo, lançado em 2024, juntando a sua acutilante caneta observacional a uma incessante procura de dinâmicas entre o industrial, o noise, o free jazz, o pós-punk e o rap.
Em “VOICE 2 SKULL”, antepenúltima faixa do álbum, Chaz Hall resume com exactidão o modus operandi com que se rege artisticamente (e que se estende desde as mixtapes Smash & Grab – 2007 – e POLICE & THIEVES – 2008 – até à actualidade): “I get up before everyone and lose my mind first/ for even just an hour/ i work in sound and feeling/ sometimes fury/ asking the whys and hows”. É, por exemplo, o mesmo fogo interno que o leva a abordar o desencontro moral com o senhorio sionista em “SLUM OF A DISREGARD”, uma canção que poderia servir de ideia principal para um guião de um episódio que cruzasse Atlanta e Black Mirror.
Um excelente jogador de equipa (para além dos AH com billy woods, fez mossa em grupos como Cult Favorite, Nostrum Grocers ou Small Bills), o artista nova-iorquino criou um prolífico e diverso catálogo em nome próprio ao longo das duas últimas décadas com LPs como Save Yourself (2016) e I Told Bessie (2022) – neste último escutamo-lo mais introspectivo e espiritual do que o habitual – em formatos mais tradicionais, mas também em experiências menos preocupadas com regras em SEERSHIP! (2020) e INTERFERENCE PATTERN (2024). Mais do que um MC de primeira, um explorador sónico com provas dadas através de samplers, sintetizadores e palavras.
“I don't have the privilege to think everything ain't political”, proclama em “1010 Wins”, tema do projecto Shit Don’t Rhyme No More (2020). Pregador numa realidade alternativa, E LU C I D não ludibria: a sua missão é relembrar-nos da nossa humanidade quando tudo à volta nos tenta desumanizar (mesmo que isso envolva violentas chapadas de realidade e descargas elevadas de frustração a cada verso).
AR
Abertura de Portas
21:00
Preços