Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Carrier
Algures entre a contínua transgressão e a honestidade artística, Guy Alexander Brewer afirma-se com a sabedoria de quem soube captar o zeitgeist do novo milénio – com todas as suas nuances, fragilidades e conjunturas. É necessário recuar até à primeira década pós-Y2K para o situarmos como agitador na cena eletrónica britânica. Com o duo Commix, integrou a família Metalheadz de Goldie. Numa era em que o drum & bass cristalizava utopias futurísticas, Brewer nunca deixou de ampliar o seu radar de escuta e a determinação em inovar. Foi, pois, na aurora da década seguinte, por volta de 2011, que o techno – e as suas infusões extraterrestres – captaram a sua imaginação. Nasce então Shifted, um dos símbolos mais celebrados do género, que durante algum tempo usou o anonimato para despistar atenções. Instalado em Berlim, dedicou-se a destilar o aparente corpo monolítico do techno, extraindo-lhe rugosidade e penetrando em tecidos microporosos em busca de sombras melódicas sob a pedra dura. Discos brilhantes e um percurso imaculado valeram-lhe estatuto num circuito internacional almejado por muitos.
Neste trajeto sólido, e entre projetos paralelos mais ligados ao noise ou à música ambiental, Brewer sentiu necessidade de mudança. Apercebendo-se da previsibilidade cíclica de Shifted, encerra esse capítulo e dá origem ao seu atual pseudónimo: Carrier. Numa altitude sideral, feita de insights rítmicos e dinâmicas mais próximas do dub, a pulsação sónica assume-se como elemento estrutural. Uma IDM nervosa e vaporosa assinala mais uma identidade autoral de Brewer. Os últimos EPs In Spectra e Tender Spirits evidenciam as propriedades alquímicas em que o produtor se tem especializado: música que respira, contamina e se infiltra nos confins da consciência.
De resto, há todo um universo quântico presente em Lazy Mechanics, o digno álbum de estreia de Carrier na sempre brilhante The Trilogy Tapes. É lá que somos conduzidos a uma dimensão distante do que até aqui havia sido experienciado. Uma depuração orgânica e um alinhamento de lições de um dos nomes superlativos da eletrónica contemporânea – sem receios do amanhã.
NA
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Alëna Koleso é uma artista visual e sonora que mora no Barreiro, Portugal. O seu trabalho oscila entre o desenho, a edição e a música noise – apresentado em espaços que vão desde a aldeia até ao meio académico. Nas suas performances, Koleso trabalha frequentemente com objetos do quotidiano, como máquinas de lavar roupa, lápis e bicicletas – transformando-os em sinfonias caóticas que desafiam o conforto e a curiosidade do público.
Para os seus sets de DJ, ela mistura gravações de campo e descobertas espontâneas, saltando entre géneros e buscando novas conexões. A sua prática é motivada pelo questionamento de como nos lembramos e experimentamos o mundo – não para encontrar respostas, mas para criar espaço para uma mudança, uma ruptura, uma fenda coletiva por onde cair. Nos últimos anos, a sua prática expandiu-se através da aprendizagem, colaboração e exposição com entidades como Klammklang, Radio Fantasia, Out.ra, LOM, Salon Acme e muitas outras — incluindo amigos e família.
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Lournco Lvgs
Lournco Lvgs tanto se inspira como é impulsionado criativamente pelo mundo textural em todas as suas iniciativas musicais e sonoras. Entre as suas diferentes atividades, seja como DJ, produtor, gerente de editora ou agente, a busca de Lournco reside na investigação da conexão entre os elementos físicos e intangíveis da música — o seu som faz a ponte entre a pista de dança hedonista com o cerebral e introspectivo.
Abertura de Portas
21:00
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